Racionalmente analisando, não há nenhum sentido em deixar flores no túmulo. Estaríamos visitando ossos de um cadáver decomposto que está guardado em um cubículo concretado. Que diferença faria para aqueles ossos a nossa presença ou ausência num dia específico ou num dia qualquer? A alma da pessoa estaria por lá, alegrando-se com a visita? Aos que crêem que não existe vida após a morte, é em vão a visitação ao túmulo. Aos que crêem que existe vida após a morte, também é em vão, pois provavelmente as almas estarão em outro lugar e não ali no cemitério. Tanto é que há muitos que acendem velas para iluminar o caminho para as almas não se perderem (para ir a algum lugar, e onde seria?). Até os cristãos praticam esse costume; minha mãe é um deles. Ela é crente temente a Deus, mas sente-se no dever de visitar o túmulo do meu pai, ano após ano. Eu a acompanho por dois motivos: como motorista e por honra. No cemitério, ela deposita flores e faz uma oração em que menciona a alma descansando em paz (em outro lugar). Isso me levou a algumas reflexões...
“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou (...) Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” (Rm 8.20, 22)
O apóstolo Paulo nem imaginava, na época em que escreveu, a que ponto chegaria a escravidão da criação devido à ganância humana. Nós que vivemos no século XXI, nesse planeta todo estragado, temos alguma idéia.
O trecho de Romanos diz também: Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. (Rm 8.19) e Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. (Rm 8.21)
Finados deveria nos levar a reflexões: sobre a brevidade da vida, sobre a vida eterna, sobre como estamos vivendo hoje, sobre os valores que temos, sobre Deus, sobre a obra de Jesus na Terra etc. No fundo, no fundo, somos gratos por mais um feriado prolongado aqui no Brasil. Porém, mais do que nos acomodar, deveríamos sentir peso por aqueles que breve morrerão sem ter tido um encontro com o Senhor dos vivos e dos mortos. É tempo de orarmos - mais!
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