O Exército da Coreia do Sul entrou em estado de alerta, em um dos maiores bombardeios desde que a guerra entre as duas Coreias acabou em 1953. Caças de combate F-15 e F-16 sul-coreanos já foram enviados à região.
A artilharia caiu sobre a ilha de Yeonpyeong, que tem mil habitantes, localizada no Mar Amarelo, em uma área disputada pelas duas Coreias e que já registrou incidentes no passado.
Os disparos foram executados dois dias depois que um cientista americano revelou a existência de um novo programa de enriquecimento de urânio na Coreia do Norte, o que aumentou a tensão e a preocupação de Washington e de seus aliados.
O Estado-Maior sul-coreano confirmou que várias peças de artilharia atingiram a ilha, que tem a presença de um destacamento militar, e outras caíram no mar.
Os militares sul-coreanos responderam aos disparos do país vizinho, anunciou o ministério da Defesa de Seul, que determinou alerta máximo a suas tropas.
"Uma unidade de artilharia executou disparos de provocação às 14h34 (3h34 de Brasília) e as tropas sul-coreanas responderam imediatamente", afirmou à France Presse uma fonte do ministério.
As forças sul-coreanas responderam com 80 disparos, segundo o ministro da Defesa, Kim Tae-Young.
"As Forças Armadas estavam executando exercícios navais e o Norte parece ter disparado para demonstrar sua oposição", declarou uma fonte militar ao canal YTN.
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, convocou uma reunião de emergência." Agora mesmo está em uma sala subterrânea para abordar as respostas possíveis com seus ministros e conselheiros de segurança", afirmou o porta-voz da presidência.
"O presidente Lee ordenou aos comandantes que administrem a situação da melhor maneira possível para evitar uma escalada", completou a mesma fonte.
"Pelo menos 10 casas pegaram fogo. Recebemos a ordem de abandonar nossa casas", disse Lee Jong-Sik, outro habitante da ilha.
"Estava em casa e ouvi uma barulho muito forte do lado de fora. Quando saí, a ilha toda estava em chamas", declarou outro morador, citado pela agência de notícias Yonhap.
Uma testemunha disse que os habitantes foram levados para áreas consideradas seguras durante o bombardeio. Os disparos coincidem com a presença na região do enviado americano para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, que deve viajar de Tóquio a Pequim nesta terça-feira para debater com as autoridades chinesas a política nuclear norte-coreana, depois das revelações de uma nova usina de enriquecimento de urânio de Pyongyang.
O Banco Central da Coreia do Sul disse que fará uma reunião extraordinária nesta terça-feira para verificar os impactos financeiros do ataque.
A ilha de Yeonpyeong fica ao sul da linha de fronteira decretada pela ONU após a Guerra da Coreia (1950-1953), mas fica ao norte da linha reivindicada por Pyongyang.
Na mesma região foram registrados graves incidentes navais em 1999, 2002 e novembro de 2009.
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