Um BLOG de incentivo à oração...

Quantas vezes você se sentiu tentado a seguir com a corrente, porque nadar contra a maré era simplesmente muito difícil? Quantas vezes você se sentiu pressionado a abrir mão de seus princípios e de sua fé para não ser marginalizado pelo seu grupo de amigos? Quantas vezes você já olhou para os lados e experimentou aquela sensação de estar sozinho, mesmo estando rodeado por uma multidão?

Não se desanime! Você não está sozinho! O Senhor mesmo já disse que Ele tem separado muitos outros que também não se renderam, nem abriram mão de sua fé.

É por isso que este espaço foi criado:

- para compartilhar testemunhos, impressões e experiências de nossa caminhada com Deus;

- para edificar uns aos outros e incentivar a permanecer firmes na fé;

- para desafiar cada um a ser um aventureiro espiritual, ou seja, a arriscar na fé e a orar orações extravagantes;

- para, juntos, intercedermos por nosso país e por outros países, ainda não alcançados por Deus;

- para, juntos, esperarmos pela volta do Senhor Jesus!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Será que podemos chorar por eles?

Neste mês do Ramadã, temos um motivo extra e urgente para orar: as vítimas da fome na Somália.
O país está em guerra contra extremistas muçulmanos e ainda enfrenta uma fome sem precedentes. Segundo agências de ajuda humanitária, já morreram dezenas de milhares desde o ano passado e podem morrer mais 10.000 até o fim deste mês. 

Será que alguém poderá derramar lágrimas diante de Deus por estas pessoas que nem forças mais tem para chorar? 
Francisco Vanderlinde

O texto abaixo foi publicado na Folha de São Paulo desde domingo, dia 14 de agosto, e mostra um pouco dessa triste realidade...
Que nossos corações possam ser cheios da mesma compaixão que certamente inunda o coração de Deus. Que isso nos leve a dobrar os nossos joelhos e clamar pela misericórdia de Deus para esse povo...

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Fraco demais para chorar
Vítimas da fome, crianças refugiadas na Somália não têm força nem para choro
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A MOGADÍCIO (SOMÁLIA)

Um silêncio perturbador domina o campo de refugiados de Badbaabo, o maior de Mogadício, capital da Somália. Surpreendentemente, o choro de criança é raro.
Apesar do estado agudo de desnutrição de milhares de pessoas precariamente acampadas em tendas feitas com galhos de árvores, o instinto infantil mais básico parece ter sido derrotado.

Mulher segura criança com desnutrição
no Hospital Benadir, em Mogadício, na Somália
"Ela tem muita fome, mas acho que ficou fraca demais para chorar", diz Shukri Mohamed, 28, embalando seu bebê de oito meses. Pele e osso, a criança tem os olhos vidrados, indiferente ao bando de moscas que passeiam sobre seu rosto.
O silêncio dos refugiados é produto da debilidade física, mas também da impotência diante de um desastre natural agravado por duas décadas de guerra civil na Somália e pelo atraso das agências internacionais em reagir.
Vivendo a pior seca em 60 anos, a região conhecida como "Chifre da África" fez ressurgir as imagens das crianças etíopes esqueléticas que comoveram o mundo no meio da década de 1980.
Mergulhada em caos e dividida entre um governo inoperante e o fanatismo da milícia islâmica Shabab, a Somália é o testemunho mais eloqüente de uma combinação mortal: tragédia climática, escalada nos preços de alimentos e conflito armado.
Grande parte do território do país é controlado pela milícia islâmica, que dificulta o deslocamento 

populacional e impede a chegada de assistência humanitária, alegando que as organizações ocidentais são "antiislâmicas".
Somente nos últimos três anos, foram assassinados 14 funcionários do PMA (Programa Mundial de Alimentação), principal fornecedor de ajuda alimentar na região.
Reféns da insana disputa armada que rachou o país e do temor da comunidade internacional em atuar num território sem lei, a população é presa fácil da seca.
Os rostos da fome na África, estampados em jornais do mundo inteiro, contam apenas parte da história. Em muitos casos, o fim. Iman Abdi Noono, 60, caminhou com a família durante dez dias até Mogadício para escapar da seca que aniquilou o rebanho de 30 vacas e 60 ovelhas que garantiam sua subsistência no distrito de Bu"ale (sul).
Para driblar os achaques do Shabab, que controla a região sul, a mais atingida pela seca, Iman foi obrigado a fazer uma rota alternativa. O desvio prolongou a caminhada e o sofrimento.
Agachado dentro de uma barraca no campo de refugiados, ele conta que viu seis de seus nove filhos morrer de fome no caminho.
"Carreguei o último nas costas e achei que iria salvá-lo. Mas ele morreu pouco depois de chegarmos a Mogadício", lamenta, em voz baixa.

Cidade de Mogadicio, capital da Somália.
Até algumas semanas atrás, o campo de Badbaado era apenas mais uma área em ruínas de Mogadício. Hoje abriga cerca de 30 mil refugiados internos, que se alinham em longas filas à espera de rações oferecidas por organizações humanitárias.
As tradicionais vestes islâmicas em tons fortes de amarelo, verde, vermelho e outras cores berrantes, contrastam com o semblante soturno das mulheres somalis.
De acordo com o PMA, 200 mil somalis chegaram à capital nos últimos dois meses fugindo da seca. Em sua maioria gente simples, que perdeu o pouco que tinha e ainda teve que deixar para trás parte da família.
Fatma Maha, 32, que aparenta ter pelo menos dez anos a mais, tinha chegado no mesmo dia a Mogadício. Com uma bacia de metal na mão, esperava na fila para receber um punhado de arroz que mal daria para alimentar os quatro filhos que conseguiu levar à capital.
"Deixei os dois mais velhos para trás com meu marido, porque não tive dinheiro para pagar a viagem de caminhão", diz Fatma, explicando que o motorista cobrou algo em torno de R$ 0,15 por passageiro. "Foi muito difícil, mas precisava salvar os mais novos".
Tragédia anunciada
Nas últimas três semanas, as estradas esburacadas de Mogadício passaram a ser rota do tráfego intenso de caminhões com comida e medicamentos destinados a aplacar a crise.
Embora os sinais de um desastre iminente na Somália terem começado a ser emitidos em novembro pelo sistema de alerta contra a fome do governo americano (FEWS NET), a ONU só declarou estado de emergência na região no início de julho.
A demora foi fatal para dezenas de milhares de crianças e adultos que o PMA estima terem morrido na Somália em conseqüência da seca nos últimos três meses. Segundo a agência, mais 10 mil poderão morrer no sul do país até o fim do mês.

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