Um BLOG de incentivo à oração...

Quantas vezes você se sentiu tentado a seguir com a corrente, porque nadar contra a maré era simplesmente muito difícil? Quantas vezes você se sentiu pressionado a abrir mão de seus princípios e de sua fé para não ser marginalizado pelo seu grupo de amigos? Quantas vezes você já olhou para os lados e experimentou aquela sensação de estar sozinho, mesmo estando rodeado por uma multidão?

Não se desanime! Você não está sozinho! O Senhor mesmo já disse que Ele tem separado muitos outros que também não se renderam, nem abriram mão de sua fé.

É por isso que este espaço foi criado:

- para compartilhar testemunhos, impressões e experiências de nossa caminhada com Deus;

- para edificar uns aos outros e incentivar a permanecer firmes na fé;

- para desafiar cada um a ser um aventureiro espiritual, ou seja, a arriscar na fé e a orar orações extravagantes;

- para, juntos, intercedermos por nosso país e por outros países, ainda não alcançados por Deus;

- para, juntos, esperarmos pela volta do Senhor Jesus!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Não nos dê o peixe, ensine-nos a pescar!

A equipe brasileira (MAOS) que esteve no Haiti nesse mês de novembro conheceu, ali, um missionário haitiano - Judex Vidal - que tinha uma fluência razoável no português e foi um grande auxílio nos trabalhos de evangelismo, como intérprete.
Esse missionário já esteve no Brasil uma vez, e respondeu à uma entrevista da Primeira Igreja Batista de São José dos Campos.
Confira, então, a realidade do Haiti sob a ótica de um haitiano...



Você esteve no Brasil a convite da liderança da PIB para aprender algo de nós e levar esperanças ao Haiti. Como foi para você essa experiência?
Eu posso dizer que foi uma grande experiência, foi além das minhas expectativas. Foi minha primeira vez em outro país. A hospitalidade, amabilidade e amizade do brasileiro me surpreendeu. Eu não me senti como um estrangeiro no Brasil, eu estava honrado entre vocês. Havia também os líderes da conferência, Pequenos Grupos da igreja os quais fui convidado a falar, foi uma nova experiência…



Qual era o seu objetivo quando chegou ao Brasil?
Era principalmente de conhecer a realidade da Igreja (brasileira), como ela funciona, como faz a diferença, a fim para aplicar em meu próprio país, de acordo com a realidade cultural. É claro que a Igreja haitiana na sua maior parte é muito pobre em termos de visão e boa estrutura para responder eficazmente às necessidades da Igreja e da sociedade.


Com que sentimento você retornou para o Haiti?
Agora me sinto muito motivado para começar a trabalhar e motivar os irmãos em qualquer situação. Voltei com muitas coisas em minha cabeça, partilhei de experiências que eu tive no Brasil para ajudá-los a ter uma visao maior e levá-los a acreditar que podem mudar as coisas.



Qual é a maior necessidade hoje, no Haiti?
Educação e treinamento. Em outras palavras, é preciso iniciar a educação cristã com os menores, porque eles são o futuro da nação. Qualquer mudança começa com a compreensão das coisas, e a maneira de fazer isso é pela educação. É claro que o sistema educativo atual no Haiti é inadequado e não contribui para qualquer mudança duradoura. Infelizmente, a igreja está em conformidade com esse sistema.


Quais são os seus sonhos em relação ao povo haitiano?
Apesar de todos os esforços de instituições, as organizações mundiais não mudaram a nossa realidade. A Igreja é a única instituição que pode transformar de forma confiável e sustentável a sociedade em que está inserida. Meu sonho é ver Igrejas estabelecidas no Haiti e que invistam no desenvolvimento do país nos próximos dez anos. É ver Igrejas que “afetem” as comunidades mais vulneráveis e os mais pobres. Nosso Senhor Jesus nos ensinou sobre isso.

Como os brasileiros podem contribuir com o Haiti?
Normalmente, quando pensamos em ajudar, pensamos em dinheiro, comida, roupas. Temos um monte de ONGs, e organizações humanitárias que ajudam o Haiti. Após o terremoto, o número de ONGs e organizações aumentaram, porém, a situação está piorando. Portanto, este é o Haiti que depende de ajuda externa, e que poderia mobilizar seus recursos para mudar a situação em si. Acredito que temos que mudar essa abordagem e investir em uma forma humana, os haitianos podem ser a resposta para o seu densenvolvimento sócio-econômico. Convidá-los para vir estudar no Brasil, educá-los com a sua vida como vocês fizeram comigo, será a oportunidade para a criação de programas ou seminários de aperfeiçoamento profissional no Haiti. Dessa forma, a ajuda dos brasileiros será mais sustentável. Não nos dê o peixe, mas ensine-nos a pescar!


Como o governo haitiano tem ajudado o seu país?
O apoio do governo destina-se principalmente às pessoas submetidas às ONGs e agências humanitárias. Há vários anos, eles estão no terreno. A situação atual dos país mostra que eles são impotentes para provocar uma mudança duradoura. No momento há um novo governo que parece ter objetivos mais otimistas para o futuro. Ele vai promover mais na área da educação para as crianças. Isso é o muito amado pelo povo.


O que pode ser desenvolvido no Haiti para gerar emprego?
Três quartos da população não puderam estudar em uma escola profissional. Eles vivem do seu comércio e formam o chamado setor informal. Um sistema de cooperativa de micro-crédito com baixas taxas de juros seria muito apropriado, especialmente para as mulheres, pois são elas que geralmente tocam no comércio no Haiti. Para aqueles que estudaram, poderiam oferecer suas especialidades em universidades no Brasil, para serem mais eficazes e mais capazes de iniciar os seus próprios negócios no Haiti, de acordo com as realidades de trabalho.


E a Igreja, o que pode fazer?
As Igrejas brasileiras podem investir em projetos de desenvolvimento comunitário. Temos 38 estudantes que acabaram de se formar a partir de um programa de treinamento para o desenvolvimento de crianças em risco, desenvolvido por organizações cristãs do Brasil, como a JOCUM. Esses alunos trabalham agora, em projetos de desenvolvimento onde suas Igrejas estão localizadas, ajudando crianças de rua e de comunidades vulneráveis.

Como é a fé dos haitianos? É preciso enviar missionários para pregar o evangelho?
Pessoalmente, acredito que somos um povo corajoso e esperançoso, que teve um passado glorioso. A história mostra que somos capazes de fazer grandes coisas, somos a primeira república negra independente do mundo, no entanto, em matérias de fé e cultura, estamos mais perto do voodoo, do que da fé autêntica do evangelho. Nossos avós foram trazidos, como escravos para a América, em nome da religião. Eles foram levados a acreditar que eram uma raça inferior aos brancos e que eram feitos para servi-los. O Jesus apresentado a eles era um Jesus branco com olhos azuis. Assim, em suas mentes, eles associaram a divindade ao homem branco. Essa mentalidade continua nos dias de hoje. Precisamos de missionários para pregar o evangelho de Jesus Cristo, para proclamar em alto e bom som, que todos nós somos filhos de Deus, para combater a velha mentalidade e reconstruir esperança, amor e confiança em Jesus Cristo. Jesus Cristo disse: Eu vos envoi para os pobres, os aleijados, os cegos, os mutilados. Eu não acho que é somente para esses, mas também para aqueles que estão física, espiritual ou mentalmente assim. O Haiti précisa de você, a messe é grande, Deus está contando com a sua colaboração!


Então, vamos continuar intercedendo por esta nação.
Para que eles possam conhecer o Senhor de forma pessoal e verdadeira;
Para que eles consigam reconstruir sua nação;
Para que os outros países que têm investido e enviado recursos (financeiros e pessoas) para o Haiti possam perceber, compreender e suprir as maiores necessidade deles - educação, capacitação e treinamento.


Na paz e no amor do Senhor,








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